Saturday, December 20, 2008

A dançar com o Diabo

A dançar com o Diabo,
Sem olhar para trás.
A rir-me no Inferno,
Ao lado de Satanás.

A contrariar este mundo,
Que tem simplesmente demasiada bondade...
A odiar a perfeição
Que existe em excessividade.

Quero os defeitos,
Tragam essas incongruências!
Tragam os ódios, os enganos, as mentiras,
Tragam vinganças alheias, todas essas as maleficências.

Porra, tragam o sangue!
Não quero paz, paz é aborrecido!
Deixem-me rir do mal... Do anormal
Deixem-me parar de estar adormecido!
Deixem-me andar sempre divertido, mas também irritado
Deixem-me rir dos bons, da perfeição
Deixem-me estar com o bem indignado!

A dançar com o demónio,
A gargalhar desdenhosamente.
A causar o pandemónio,
Enquanto sorrio carinhosamente.

Rituais, rezas, estrelas e números demoníacos...
Inutilidades para chamar a atenção.
Quando para ser idiota,
Apenas basta um sorriso com segunda intenção.

Vamos todos agir mal,
Vamos todos ser o pior que pudermos!
Vamos agir o pior possível,
Magoar toda a gente que quisermos!

Vamos dar um motivo para o inferno sorrir!
Vamos fazer mais um ou dois anjos cair.
Vamos quebrar esta triste monotonia,
Vamos criar caos com a mais perfeita alegria!


E não venham os puristas
Criticar-me por ter falado no Diabo
Deixem as minhas fixações em paz.
Cada um faz o que faz,
Cada um escreve o que escreve,
Cada um pensa o que pensa.
Não quero saber se vou para o inferno ou para o paraíso,
Pois nenhum deles existe.
Deixem-se de ideias parvas!
Apenas ganhem juízo.
Deus são vocês,
Diabo são vocês,
O céu somos nós
Assim como somos o inferno.
Tudo depende das nossas acções
Todo o mal vem dos nossos próprios corações.








 

Wednesday, December 17, 2008

Life is the answer

Ask me how's my life...
I'll ask what is life.
What are we doing here?
What am I doing here?
Everything is just too uncertain.

What is this we're living?
What's even living?
Are we here for something special?
Or the only point in life is just plain breathing?

Tell me, don't ignore my ignorance
Explain me what I'm doing
Am I loving for the wrong reasons
Or hating for the right ones?
Tell me where has my logic ran to
Give me answers! Just one or two...
Clear my mind of my own thoughts
Fill them with something I don't have to understand...
I just want to believe.

A blank.
White.
Vague memories of a life...
Where my mind has been before,
Where it will never be again.
Where my heart beats forever sore...
Where it just beats asking for something more.
Give me the Answer.
Give me Life.

Tuesday, December 9, 2008

Cada alma é diferente

Pássaros, arco-íris, flores dum belo jardim...
Sim, são coisas interessantes.
Doces para os nossos olhos vagueantes,
Mas não significam nada para mim.

Qual o mal de gostar da chuva?
De tristes dias cinzentos?...
Cada um aprecia o que lhe faz sentido
Cada um vive de forma própria os seus sentimentos.

Proíbam-me de gostar de preto,
De amar a inebriante sombra dum canto...
Desafio-vos a tirar-me isso.
Se tenho liberdade de expressão,
Porque não posso ter também liberdade de sentimento?

E silêncio! Tudo contra o silêncio!
Porquê?!
Doce silêncio, a calma do pensar
Sem ninguém a contrariar;
Sem ninguém a escarnecer;
Sem ninguém a quem indignar;
Sem ninguém para nos fazer sofrer.

Deixem-me gostar do que gosto!
Será que incomodo alguém?
Deixem-me rir-me sozinho,
Deixem-me estar abraçado a ninguém.

Não se queixem dos meus interesses.
Olhem para vocês próprios.
Se eu digo que sou feliz,
Porque não podem acreditar?
A felicidade é relativa!
É um conceito diferente em cada diferente pensar.
Cada um tem a sua forma de sofrer,
Cada um a sua forma de amar.



Cada alma com a sua sombra,
Cada alma com a sua luz...
A realidade que a uns assombra,
Para outros pode ser a única que reluz.





Sunday, November 30, 2008

Hipocrisia. Falso orgulho. Linda bipolaridade! Bah, mundo idiótico!

Estar feliz...
Ah eu estou.
Tristeza.
Como a abraço!
Rio-me às gargalhadas da minha tristeza
E choro... Consequência da ténue felicidade.


Ai a minha doce perfeição...
Qual perfeição qual quê?
Só sou perfeito no exagero dos meus defeitos.

Não tenho mérito por nada do que faço
Tenho apenas sorte por me conseguir safar
Apesar da minha imensa preguiça...
Tenho preguiça
Preguiça de viver!

Porquê?
Porque tenho que ser assim?!
Porque será que tenho tanto orgulho no que sou
Mas quero tanto mudá-lo?

Porquê?
Porquê!?
PORQUÊ!?

Mundo idiótico!
Gira à minha volta se é esse o teu desejo.
Mas pára de perturbar a minha própria rotação!

Porque é que me odeio!?
Porque é que me adoro!?
Não posso só gostar!?
Meu Deus, até me ficava por odiar se assim fosse preciso
Mas parem de me baralhar!

Hehe tenho pena de quem lê estes devaneios...
Tanto ódio e rancor
A percorrer cada letra como se fosse uma e outra veia.
Artérias para o melancolismo!


Só me quero gargalhar deste reflexo de mim.
Um ha
outro ha
mais um ha
Fica tudo tão perfeito
Negridão divertida!

Fechar-me num recanto obscuro a ver o preto dançar
Sentir lágrimas escorrerem...
Sabem bem!

Chamem-me emo
Chamem-me triste
Chamem-me disparatado,
Exagerado, idiota.
Chamam-me o que diabo bem entenderem!
Sei que não o sou.
No fundo sou nada
Um nada inútil e deprimente.


Cala-te mundo!
Calem-se todos!
Cala-te meu reflexo...
Cala-te minha alma.




Quero silêncio.












Tuesday, November 25, 2008

Desabafo intelectual

Não sei
Pensarei nisso

Tal como penso em tudo na vida
Tal como remexo a minha alma pelas razões mais simples e inúteis

Não sei
Pensarei nisso

Tal como penso em tudo o que me rodeia
Tal como remexo as almas perdidas nas amizades anteriores

Não sei
Pensarei nisso

Tal como reflicto sobre reflectir
Mil Diabos! Tal como até no próprio respirar penso!

Talvez
Já pensei um pouco

O que diabos é pensar?
Bah, turbilhões de ideias a girar na minha pobre cabeça



Quero pensar?
E viver?

Não sei.
Pensarei nisso.

Monday, November 24, 2008

Crítica ao sonho

"Vida sem sonhos não é vida"
Bah! Não é?
Acordem! Viver não é sonhar.
Viver é viver!
Sonhar não é viver!
Faz parte da vida,
Mas não é viver.
Sonhar é quando dormimos!
Quando pausamos da vida.
Deixem o sonho para a noite,
E a vida para o dia.
Vida sem sonhos é certamente vida!
É viver, sem dúvida.
Será viver bem?
Isso já não posso garantir.
Mas sonhar não é viver,
É da vida fugir.

E revoltam-se contra mim.
E perguntam-se porque é que não tenho sonhos.
Pois não tenho. Tenho é ambições.
Sonhos? Esses talvez os tenha...
Mas quando abro as pálpebras de manhã já há muito se desvaneceram.
E sabem? Fico contente com isso.
Sonhar que fique para a noite.
De dia contento-me em viver.

Querem sonhos? Sonhem-nos vocês
Sonhos tornados realidade?
Não existem.
Um sonho tornado realidade seria todos nós adormecermos,
E sonhar esse mesmo sonho.
Pois um sonho tornado realidade seria o mesmo,
Que a realidade se tornar sonho.
Para se tornar realidade, existem perspectivas
E ambições diversas.
Anseios de mudança provindos de mentes dispersas.
Esses é que se concretizam, se tornam realidade,
Os sonhos, esses ficam para a escuridão tardia.

Aliás, um sonho tornado realidade para uns,
Seria certamente pesadelo para outros, não é assim?
Pois que afastem as fadas essas varinhas de condão de mim!
Concretizem sonhos nos recantos do inferno.
Deixem o mundo para quem age!
Não para quem sonha.

Thursday, November 13, 2008

Pequeno rascunho sobre a felicidade

A felicidade é tímida
Tem vergonha de aparecer
Demora tanto a surgir
Que nos faz enraivecer

Que perca então a vergonha
Essa casmurra felicidade
Amada por tanta gente
Mas não acredita nessa verdade

Vem ténue felicidade
Iluminar nossos corações
Tira a tristeza desta realidade
Que tira o ritmo às canções

Que coisas pequenas
Tenham grande significado
Que uma pequena felicidade
Deixe um coração grandemente iluminado

Friday, November 7, 2008

A Sintonia do Paradoxal - Estilhaços duma negra perfeição

Esquerda, direita, para onde olhar?...
Olhos postos num chão que foge do nosso pisar.
Fissuras profundas abrindo na nossa mente,
A realidade vira-se contra a realidade fazendo da realidade algo surpreendente.

Ah, doce monotonia da perfeição!
Deves pensar que controlas o meu coração!
Queres prender-me às correntes da diferença e distinção?
Haha, pois eu digo NÃO!

CIMA
BAIXO
Para onde olhar!?
Cada passo que dou estou a desesperar!
BAIXO
CIMA
Podre céu cinzento!
Cais-me por cima e pensas que escapas isento!

ESQUERDA
DIREITA
Onde está a profundidade?
O que parece tão perto é inalcançável na realidade...
DIREITA
ESQUERDA
Está a vida quebrada,
Queria tudo ser diferente mas a diferença foi estilhaçada!

GRITA
VOCIFERA
Ignora toda a ordem!!
Chama mil demónios e causa tu a desordem!
SALTA DE ALEGRIA
RI-TE PELA TRISTEZA
Faz o que ninguém alguma vez faria:
Chama à morte de beleza!

CORRE
VOA
Dirige-te ao nada!
As musas foram mortas e toda a inspiração está esgotada!
MATA
MORRE
Aniquila o pensamento!
De que vale reflectir se nunca vivemos o momento!?

AGUENTA
RESISTE
Persegue o que nunca perseguiste!
Não vale a pena viver se nunca na vida sorriste!

CONTRARIA
SÊ UM PARADOXO
Deixa de ser um alvo a matar...
Pega na tua arma e passa a ser tu a caçar!

NÃO!

DESISTE!

Deixa o teu destino em branco...

Ninguém te pode castigar se nunca exististe.

JÁ CHEGA
ACABOU...

O mundo que tentaste salvar...






Acabou agora mesmo de desmoronar.












É silêncio,
E barulho da chuva...
O nada depois da loucura.
E agora a única coisa que perdura,
É uma falsa sintonia
Chamada antes de paradoxal.

Uma profunda agonia:


Sente-se agora o que é o Real.


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E então quebra-se assim a sintonia...
Nada do que é lógico permanece para sempre paradoxal.
Pois tudo o que simplesmente parece irreal,
Muito raramente demonstra não ser tal...

Ser lógico não é ser diferente,
Nem de perto ser igual.
Ser lógico é sermos nós,
Pois nós somos a lógica do real
.

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Fim da Sintonia do Paradoxal



Tuesday, October 28, 2008

A Sintonia do Paradoxal - Turbulência Mental

Reinando as trevas da pacífica monotonia,
A calma inebriante deixava a desejar...
Aquela envolvente sintonia,
Já não é capaz de se aguentar...

Nas mentes mais despertas,
Apareceu uma vontade de mudar...
Diferir das características incertas,
De quem só se quer evidenciar.

No entanto o problema era confuso,
Não se via qualquer razão
Para se tornar tão raro o silêncio antes profuso,
E a paz se transformar em preocupação.

O raciocínio tornou-se turbulento,
Com ódios ocultos a penetrar
A mais profunda raiz do pensamento,
Deixando-nos com vontade de gritar.

Qual será o mal da vida perfeita,
Da melodia simples da diferença?!
Porque se terá tornado a felicidade tão rarefeita,
Quando a presença dela antes era tão intensa?

Sentimos vontade de lutar,
Sem saber bem o que é vencer...
Sentimos vontade de mudar,
Mas não sabemos que mudança fazer.

Acabamos deixando-nos levar por essa turbulência,
Que insiste em nos embalar...
Mantemos apenas a aparência,
De quem nunca na vida quererá mudar.

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Nem a própria perfeição dura toda a eternidade
Há sempre problemas por resolver
Honestamente, nenhuma perfeição é realidade
Pois esta acaba sempre por se inverter

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Friday, October 24, 2008

A Sintonia do Paradoxal - Tempos de equilíbrio

No distante começo...
Tudo está equilibrado...
Nada na alma tem o seu preço,
Pois está satisfeito todo o necessitado.

Satisfeitas estão as almas de essência,
Que pedem sempre mais diversidade.
Não exigem mais diferença,
Pois satisfizeram toda a curiosidade.

Sente-se a calma palpável...
Aquela paz puramente surreal.
Pois cada um se abraça saudável,
Repleto de insanidade mental.

São tempos de equilíbrio do real...
A contrariedade lindamente balançada.
É a união da lógica ao paradoxal...
A sensação duma loucura realizada.

Baniu-se o ordinário,
E a busca por ele...
Passou-se a amar todo o contrário,
E a seguir as leis dele.

É o início da nova era,
A era do paradoxal.
Em que o comum é uma triste fera,
A ser eliminada do real.

É o amor pela diferença,
O sofrer de forma invertida...
É ver coerência,
Nos próprios erros da vida!

É sentir a escuridão,
Das estrelas mais brilhantes
E alcançá-las com a mão,
Mesmo estando absurdamente distantes.

A própria sintonia deste paradoxal,
É o maravilhoso exagero do incomum...
O equilíbrio não é imparcial,
É na verdade a falta de balanço algum.

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Pergunto-me em que dia
Perderemos a sintonia
Em que morreremos às mãos da vulgaridade
Chorando a falta de disparidade

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Monday, October 20, 2008

A epicidade da arrogância. Sintonia do Paradoxal

Fantasmas vivos a olhar para o vazio
Sombras escuras a prolongar o frio
Somos zeros num mundo numeral
Somos sempre o nada mas no fundo o total

Somos aqueles que mudam o mundo
Que tornam tão chocante a nossa história
Somos Deuses bem lá no fundo
Somos a morte da nossa própria glória

Somos os paradoxos do orgulho!
Contrariamos a sensação do geral
Diferimos de todo este entulho
Fazendo o que não é normal

Rimo-nos do que é desolador
E choramos da alheia felicidade
Somos cavaleiros contra o amor
Aniquiladores da linda verdade

Somos a elite que não é real
Não existimos nem somos paranormal
Somos simples vácuos de sanidade mental
Existentes na noção de intemporal

Não somos contrariedades:
Somos o próprio ego destas
Existimos com diferentes personalidades
Mas todos com intenções funestas

Somos o balanço entre tudo e nada
Somos a defesa contra a monotonia
Somos reis da realidade enganada
Somos do paradoxal a sintonia

Friday, October 17, 2008

Uma sensação de errado. Poema confuso resultante da minha confusão mental

Aquele frio da incorrecção
Esfriou a minha mente
Estava tudo bem no meu coração
Mas o errado estava inerente
Olhei para ambas as direcções
Nada vi senão bem
Escutei todas as canções
Que o abrasivo tempo tem
Escondido estava algures
O pedaço de mentira que me escapava
Mas no meio de nenhures
Era o único sítio onde procurava
Correntes de pensamentos
Fugiam rapidamente
Gritos violentos
Tornavam-me irreverente
O que estava ao espelho não era eu
Mas sim uma qualquer preocupação
Um nervosismo que não era meu
Mas sim nascido da divagação
O errado tinha-se apoderado de mim
Tornando-me também errado
Não devia ter sido assim
Não estava destinado
A conclusão a que vim
Foi que eu apenas estava enganado
O errado não era verdade
Era apenas um correcto dissimulado

Wednesday, October 8, 2008

Seis passos para a bela perdição

Um
Começa a algazarra
Correntes de idiotice
Explodindo sem fim
Criando ainda mais imundice

Dois
Alastra ao centro
Corrompe todas as mentes despertas
Pinta-te negro por dentro
Torna-te as esperanças incertas

Três
Não sabes que fazer
A loucura é demasiada
Não consegues nem ver
Essa tua escapatória disfarçada

Quatro
O pior já passou
Ou será que está para vir?
Pois agora não sabes o que se estragou
Nem fazes ideia do que estás a sentir

Cinco
Perdeste-te no obscuro
Não podes escapar
Estás preso na lógica
E agora não a podes contrariar

Seis
Acabou tudo
Desiste da tua mente
Abre-te à escuridão
E a sua beleza sente.

Tuesday, September 30, 2008

A minha certeza existencial. A prova de que um poeta escreve melhor sobre o que duvida do que sobre o que tem absoluta certeza.

A vida não tem significado,
Não passa de uma linha de tempo orgânica.
Somos nós que temos que encontrar o próprio sentido da vida,
Se queremos que ela signifique algo.

A vida é pura ciência,
Sem espectro de espiritualidade.
Hoje em dia peca pela decadência,
De toda e qualquer moralidade...

Nascemos sem destino,
Não temos lugar certo no mundo...
Está nas nossas mãos moldar a existência em torno de nós,
E deixar a nossa marca.

Na vida, na realidade, no que chamamos a existência,
Tudo é completamente mecânico...
Catástrofes, reacções em cadeia, as relações do viver e sua essência,
E a ausência de rumo certo... Tudo noções de mesmo campo semântico.

Não existe céu, como não há inferno,
Nem Deus, nem anjos nem coisas que tais...
Não há alma, apenas devaneios,
Os nossos pensamentos e as nossas acções,
E dessas as suas consequências.
E se não tivessem ocorrido,
Tudo correria de forma diferente.
Pois não existe destino...
Depende tudo de nós,
Somos donos do nosso caminho,
E da nossa existência somos a voz.







Friday, September 26, 2008

Incerteza

O que é a vida,
Se o tempo é relativo?
O que são limites,
Se o equilíbrio pode ser pejorativo?

Tudo na vida é incerto,
Até a própria incerteza...
Até o contentamento mais directo,
Pode esconder grande tristeza.

As fronteiras do real,
Estão palidamente difusas.
Qualquer coisa especial,
Cria reacções confusas.
Já não se pode confiar,
No que fazemos com certeza...
Acabamos por provocar,
Desastres por surpresa!
Ódios repentinos,
Sem destino especial...
Por amigos fidedignos,
Sentes raiva descomunal!
O que acreditas desaparece,
Deixando dúvidas vagueando...
A manhã entardece,
Ficando o dia dispersando.

Os opostos se repelem,
Criando perfeitas catástrofes...
Fazendo com que realidades se revelem,
Autênticas anástrofes.

Tudo o que fazemos por bem,
Se reflecte de maneira infernal...
Aquilo que à nossa mente vem.
Raras vezes é ideal.
Ideias são ignoradas,
Para dar voz à incerteza...
Louvores a mais se dá,
Do coração à sua beleza!
Amor é inexistente,
Sombra de pensamentos irreais...
É tudo um truque da mente,
Para nos obrigar a sofrer demais!

Sentido de ética é noção,
Perfeitamente irracional...
O que interessa é a relação,
Que temos com o essencial.

Constantes são certezas falsas,
Servem apenas para enganar...
Como aquelas qualidades que realças,
Só lá estão para disfarçar
Verdades horrendas que iludes,
Prontas para se demonstrarem...
Quando as tristezas mais rudes,
Com força se revelarem.

A única constante honesta,
É a certeza da incerteza.
Pois é sentimento que infesta,
A nossa alma com frieza
.


















 

Tuesday, September 23, 2008

A individualidade é relativa

Até ao dia em que reconheçam
A minha verdadeira essência,
Ainda muitas palavras sangrarão,
E inutilidades serão proferidas sem prudência.

Pois eu não sou um,
Sou a mistura de vários.
Não sou único,
Sou complexas variedades de individualidade.

Sou uma estranheza intrinsecamente desviada,
Das comuns regras da normalidade...
Sou a mais correcta honestidade,
Com pura ausência de seriedade.

Brinco com a minha existência,
E gozo com os meus defeitos...
Adoro a minha falta de coerência,
E os meus discursos perfeitos!

Adoro contradizer-me,
E ser hipócrita pelas minhas crenças;
Amo combater-me,
E criar as minhas próprias desavenças.

Sou mestre da ignorância,
Dono de zero razão!
Pois só dou importância,
Ao que me causa desatenção!

Ser bom agora é normal...
E o normal aborrece demais...
Corajosos são inúteis,
Já existem heróis a mais!

Chocar é entediante,
Já demasiados o tentaram fazer.
Ser diferente é relativo,
Depende das diferenças que queremos acolher.

Sou diferente da própria diferença,
Tenho a vantagem de poder sempre variar.
No entanto tenho a sentença,
Do resto do mundo me ignorar...









Monday, September 1, 2008

Desculpa

Más escolhas
Feitas sem pensar
Sensações que te traem...
E que te fazem te odiar...

Bloqueios mentais
Querer o problema resolver e não o poder...
Pois as pessoas que magoas são reais
E essas pessoas tu não queres perder...

Vontades de tudo ignorar...
Mesmo sabendo que isso é impossível...
Vontades de te castigar
Pois o que fizeste é inadmissível
Que castigos te podes dar?...
Nada é pior que isto
Como te podes punir
Se é um problema nunca antes visto
Pensas se alguma vez voltarás a sorrir
Mas sabes que isso é absurdo
Não é assim tão mau...
Ainda não estragaste tudo...
Mas a pessoa que magoaste
De certeza não o merecia
Quem te dera controlar o tempo
Voltar atrás um dia...
Mudar as escolhas que fizeste
E o passado inverter
Repetir as carícias que lhe deste...
E evitar o que lhe fez sofrer...

Desculpa-me meu amor... Nunca te quero perder.


Thursday, August 14, 2008

Profundidade

Mentes simples são tão desinteressantes...
Nunca há aqueles mistérios pulsantes,
Sítios onde devaneios são infinitos
E momentos de aborrecimento são interditos.

Uma mente, uma pessoa, tem que ser mais do que aparenta,
Ter qualquer coisa que nos puxa atrás dela...
Tem que ter qualquer surpresa que rebenta,
E nos surpreende ao ver quanto a sua mente é bela.

Até um simples enigma exige profundidade,
Uma ideia de vagueio até à eternidade...
Uma forma de perceber totalmente o bem
E de olhar para a sua subtil crueldade.

Friday, August 8, 2008

Queixa momentânea

Pois... O mundo está quase devastado,
Mas é sempre ignorado...
Tal como quem não devia ser,
E quem não merece é sempre amado...

Pois que se amem esses, deixem essa escumalha viver
Aliás até é divertido ver isso...
Pequenas incoerências no seu modo de vida perfeito,
E toda a gente exclama que é incrível o quanto estão a sofrer.

Porque é que só algumas pessoas vêem para lá do superficial,
E o resto nunca vê o que é essencial?...
A profundidade de uma pessoa não está em traços exteriores,
Está sim na sua mente e seus pensamentos superiores.

Deixem de ser a tristeza da humanidade,
E passem a viver com seriedade.
Ignorem tudo o que é inútil na verdade
Parem de ser odiosos para a sociedade.

Mas visto que é inútil continuar
Insistir não vale a pena...
Para quê lutar,
Para assistir à repetição da mesma cena?

No fim nós os desgraçados iremos prevalecer,
E mostrar a nossa derradeira capacidade...
Iremos mostrar quem sempre fomos,
Fazer chocar com a nossa grandiosidade.





Wednesday, August 6, 2008

Paradoxo

Paradoxo... A lógica contradita...
A ordem das coisas naturalmente contrariada.
A lógica finalmente interdita,
A uma coisa de veracidade confirmada.

No entanto, um paradoxo tende a ser
O que a lógica comum não deixa transparecer...
E nesse rigor confundido do pensamento,
As conclusões inevitáveis têm o seu seguimento.

Eu penso que toda a lógica devia ser assim,
Nunca simples e com devaneios sem fim...
Contrariando-se constantemente,
Sem nunca perder a razão realmente.

Monday, August 4, 2008

O primeiro post

Olá. Escreverei aqui pelo menos um poema diáriamente, ou então uma reflexão em prosa. Espero que quem vier a ler goste, apesar de duvidar bastante que alguém venha a encontrar este blog.
E acaba assim o primeiro post!