Friday, September 26, 2008

Incerteza

O que é a vida,
Se o tempo é relativo?
O que são limites,
Se o equilíbrio pode ser pejorativo?

Tudo na vida é incerto,
Até a própria incerteza...
Até o contentamento mais directo,
Pode esconder grande tristeza.

As fronteiras do real,
Estão palidamente difusas.
Qualquer coisa especial,
Cria reacções confusas.
Já não se pode confiar,
No que fazemos com certeza...
Acabamos por provocar,
Desastres por surpresa!
Ódios repentinos,
Sem destino especial...
Por amigos fidedignos,
Sentes raiva descomunal!
O que acreditas desaparece,
Deixando dúvidas vagueando...
A manhã entardece,
Ficando o dia dispersando.

Os opostos se repelem,
Criando perfeitas catástrofes...
Fazendo com que realidades se revelem,
Autênticas anástrofes.

Tudo o que fazemos por bem,
Se reflecte de maneira infernal...
Aquilo que à nossa mente vem.
Raras vezes é ideal.
Ideias são ignoradas,
Para dar voz à incerteza...
Louvores a mais se dá,
Do coração à sua beleza!
Amor é inexistente,
Sombra de pensamentos irreais...
É tudo um truque da mente,
Para nos obrigar a sofrer demais!

Sentido de ética é noção,
Perfeitamente irracional...
O que interessa é a relação,
Que temos com o essencial.

Constantes são certezas falsas,
Servem apenas para enganar...
Como aquelas qualidades que realças,
Só lá estão para disfarçar
Verdades horrendas que iludes,
Prontas para se demonstrarem...
Quando as tristezas mais rudes,
Com força se revelarem.

A única constante honesta,
É a certeza da incerteza.
Pois é sentimento que infesta,
A nossa alma com frieza
.


















 

1 comment:

Alice Cezar said...

você tem um dom!
cada poema seu q leio, fico sem palavras! continua a escrever guri, gosto muito de tuas poesias. Beijos!