Tuesday, September 30, 2008

A minha certeza existencial. A prova de que um poeta escreve melhor sobre o que duvida do que sobre o que tem absoluta certeza.

A vida não tem significado,
Não passa de uma linha de tempo orgânica.
Somos nós que temos que encontrar o próprio sentido da vida,
Se queremos que ela signifique algo.

A vida é pura ciência,
Sem espectro de espiritualidade.
Hoje em dia peca pela decadência,
De toda e qualquer moralidade...

Nascemos sem destino,
Não temos lugar certo no mundo...
Está nas nossas mãos moldar a existência em torno de nós,
E deixar a nossa marca.

Na vida, na realidade, no que chamamos a existência,
Tudo é completamente mecânico...
Catástrofes, reacções em cadeia, as relações do viver e sua essência,
E a ausência de rumo certo... Tudo noções de mesmo campo semântico.

Não existe céu, como não há inferno,
Nem Deus, nem anjos nem coisas que tais...
Não há alma, apenas devaneios,
Os nossos pensamentos e as nossas acções,
E dessas as suas consequências.
E se não tivessem ocorrido,
Tudo correria de forma diferente.
Pois não existe destino...
Depende tudo de nós,
Somos donos do nosso caminho,
E da nossa existência somos a voz.







Friday, September 26, 2008

Incerteza

O que é a vida,
Se o tempo é relativo?
O que são limites,
Se o equilíbrio pode ser pejorativo?

Tudo na vida é incerto,
Até a própria incerteza...
Até o contentamento mais directo,
Pode esconder grande tristeza.

As fronteiras do real,
Estão palidamente difusas.
Qualquer coisa especial,
Cria reacções confusas.
Já não se pode confiar,
No que fazemos com certeza...
Acabamos por provocar,
Desastres por surpresa!
Ódios repentinos,
Sem destino especial...
Por amigos fidedignos,
Sentes raiva descomunal!
O que acreditas desaparece,
Deixando dúvidas vagueando...
A manhã entardece,
Ficando o dia dispersando.

Os opostos se repelem,
Criando perfeitas catástrofes...
Fazendo com que realidades se revelem,
Autênticas anástrofes.

Tudo o que fazemos por bem,
Se reflecte de maneira infernal...
Aquilo que à nossa mente vem.
Raras vezes é ideal.
Ideias são ignoradas,
Para dar voz à incerteza...
Louvores a mais se dá,
Do coração à sua beleza!
Amor é inexistente,
Sombra de pensamentos irreais...
É tudo um truque da mente,
Para nos obrigar a sofrer demais!

Sentido de ética é noção,
Perfeitamente irracional...
O que interessa é a relação,
Que temos com o essencial.

Constantes são certezas falsas,
Servem apenas para enganar...
Como aquelas qualidades que realças,
Só lá estão para disfarçar
Verdades horrendas que iludes,
Prontas para se demonstrarem...
Quando as tristezas mais rudes,
Com força se revelarem.

A única constante honesta,
É a certeza da incerteza.
Pois é sentimento que infesta,
A nossa alma com frieza
.


















 

Tuesday, September 23, 2008

A individualidade é relativa

Até ao dia em que reconheçam
A minha verdadeira essência,
Ainda muitas palavras sangrarão,
E inutilidades serão proferidas sem prudência.

Pois eu não sou um,
Sou a mistura de vários.
Não sou único,
Sou complexas variedades de individualidade.

Sou uma estranheza intrinsecamente desviada,
Das comuns regras da normalidade...
Sou a mais correcta honestidade,
Com pura ausência de seriedade.

Brinco com a minha existência,
E gozo com os meus defeitos...
Adoro a minha falta de coerência,
E os meus discursos perfeitos!

Adoro contradizer-me,
E ser hipócrita pelas minhas crenças;
Amo combater-me,
E criar as minhas próprias desavenças.

Sou mestre da ignorância,
Dono de zero razão!
Pois só dou importância,
Ao que me causa desatenção!

Ser bom agora é normal...
E o normal aborrece demais...
Corajosos são inúteis,
Já existem heróis a mais!

Chocar é entediante,
Já demasiados o tentaram fazer.
Ser diferente é relativo,
Depende das diferenças que queremos acolher.

Sou diferente da própria diferença,
Tenho a vantagem de poder sempre variar.
No entanto tenho a sentença,
Do resto do mundo me ignorar...









Monday, September 1, 2008

Desculpa

Más escolhas
Feitas sem pensar
Sensações que te traem...
E que te fazem te odiar...

Bloqueios mentais
Querer o problema resolver e não o poder...
Pois as pessoas que magoas são reais
E essas pessoas tu não queres perder...

Vontades de tudo ignorar...
Mesmo sabendo que isso é impossível...
Vontades de te castigar
Pois o que fizeste é inadmissível
Que castigos te podes dar?...
Nada é pior que isto
Como te podes punir
Se é um problema nunca antes visto
Pensas se alguma vez voltarás a sorrir
Mas sabes que isso é absurdo
Não é assim tão mau...
Ainda não estragaste tudo...
Mas a pessoa que magoaste
De certeza não o merecia
Quem te dera controlar o tempo
Voltar atrás um dia...
Mudar as escolhas que fizeste
E o passado inverter
Repetir as carícias que lhe deste...
E evitar o que lhe fez sofrer...

Desculpa-me meu amor... Nunca te quero perder.