Tuesday, September 23, 2008

A individualidade é relativa

Até ao dia em que reconheçam
A minha verdadeira essência,
Ainda muitas palavras sangrarão,
E inutilidades serão proferidas sem prudência.

Pois eu não sou um,
Sou a mistura de vários.
Não sou único,
Sou complexas variedades de individualidade.

Sou uma estranheza intrinsecamente desviada,
Das comuns regras da normalidade...
Sou a mais correcta honestidade,
Com pura ausência de seriedade.

Brinco com a minha existência,
E gozo com os meus defeitos...
Adoro a minha falta de coerência,
E os meus discursos perfeitos!

Adoro contradizer-me,
E ser hipócrita pelas minhas crenças;
Amo combater-me,
E criar as minhas próprias desavenças.

Sou mestre da ignorância,
Dono de zero razão!
Pois só dou importância,
Ao que me causa desatenção!

Ser bom agora é normal...
E o normal aborrece demais...
Corajosos são inúteis,
Já existem heróis a mais!

Chocar é entediante,
Já demasiados o tentaram fazer.
Ser diferente é relativo,
Depende das diferenças que queremos acolher.

Sou diferente da própria diferença,
Tenho a vantagem de poder sempre variar.
No entanto tenho a sentença,
Do resto do mundo me ignorar...









1 comment:

Alice Cezar said...

seu texto me lembrou essa frase de Walt Whitman: "Pois bem, me contradigo, sou vasto, contenho multidões”.
Tudo a ver, muito bom, menino prodígio!
;)
Beijos!