Thursday, January 29, 2009

Como se fosse

Como se fosse bem verdade
Tudo o que mentira é
Como se fosse honestidade
Acreditar em algo por falsa fé

Como se fosse extrema violência
Dizer algo de tão banal
Que as fronteiras da paciência
Explodem de raiva descomunal

Como se fosse raiva arte
Numa pintura do viver
Como se placidez provocasse enfarte
Aí já eu estaria a morrer

Como se fosse lágrima água
Sem paciência para escorrer
Como se nos pudesse matar também a mágoa
Deduzo que assim não iria eu morrer

Como se fosse eu gelar o inferno
Com um bafo de calorosa lógica
Como se fosse uma brisa de Inverno
A minha aula mais pedagógica

Como se fosse eu um desalmado incerto
Assim não teria a certeza
Se estou longe ou mais perto
De aferir a minha própria pureza

Como se fosse uma palavra um beijo
Dado na boca da desilusão
Como se simples frases escritas
Conseguissem destroçar um coração

1 comment:

Alice Cezar said...

Mesmo sem tempo, sempre venho pra ter uma overdose de seus maravilhosos poemas! Tenho um meme pra vc lá no meu, entra na brincadeira tbm! Beijos!